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sábado, 26 de fevereiro de 2011

HISTÓRIA DE NARCISO

"O alquimista conhecia a lenda de Narciso, um belo rapaz que todos os dias ia contemplar a sua própria beleza no lago. Estava tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.

Mas não era assim que Oscar Wilde acabava a história. Ele dizia que quando Narciso morreu, vieram as Oréiades - deusas do bosque - e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas.- Por que choras? - perguntaram as Oréiades.- Choro por Narciso - disse o lago.- Ah, não nos espanta que chores por Narciso - continuaram elas - Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, tu eras o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza.- Mas Narciso era belo? - perguntou o lago.- Quem mais do que tu poderia saber disso? - responderam, surpresas, as Oréiades. - Afinal de contas, era nas tuas margens que ele se debruçava todos os dias.O lago ficou algum tempo silencioso. Por fim, disse:- Eu choro por Narciso, mas nunca tinha percebido que Narciso era belo.Choro por Narciso, porque todas as vezes que ele se debruçava sobre as minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza reflectida."

O Alquimista - Paulo Coelho

sábado, 19 de fevereiro de 2011

DEUS, DAI-ME FORÇAS

Deus, dai-me forças para suportar a dor cruel que causa a espada da injustiça;
Dai-me forças para caminhar mesmo quando minha trilha está repleta de espinhos;
Dai-me forças para abrir ao menos um sinal de sorriso quando tudo em mim é um mar de lágrima revoltado, debatendo-se para sair;
Deus, dai-me forças para suportar o amargo que causa o desprezo recebido logo de quem amamos;
Dai-me forças de seguir triunfante mesmo quando o mundo inteiro me olha com ódio e desaba sobre mim;
Deus, dai-me forças.
Porque eu abatido e lançado no abismo de meus próprios medos e frustações, sinto dentro de mim a ânsia incontrolável de deixar tudo e partir pra bem longe daqui.
Mas, na minha covardia, eu submisso ao que pensam de mim e determinam-me, fiquei, fico. Suportando humilhações indignas.
Deus meu, guia-me, salva-me e capacita-me, pois sei que, de mim mesmo nada tenho de bom pra oferecer.
Dai-me misericordiamente um pouco de tua sabedoria e graça, porque ela me basta.
Forças SENHOR, para suportar a ironia dos olhos de quem tem poder, arma maldita. Forças para suportar o veneno de quem venera o poder. Pois, só em Ti está minha confiança. Os humanos a trairam, insultaram e violaram sem escrúpolos algum. De forma cruel e desumana.
Na esperança que o Sol sempre brilhe eu sigo...
Na esperança que eu sobreviva, pois, viver está cada vez mais distante.
Deus dai-me forças para suportar este teu silêncio que rasga min'alma.
Este teu tempo que parece infinito ou tárdio em nosso relógio.
Deus! Dai-me forças, eu SUPLICO.

Paulo Fábio

A MAIS BELA FLOR

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria: - "Veja o que encontrei". Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz. Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa: - "O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei; ei-la, é sua." A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá. Então me estendi para pegá-la e respondi: - O que eu precisava. Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos. Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim. - "De nada", ele sorriu. E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Sentei-me e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU. E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu. E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade. Descobri que o amor está na maneira como enxergamos as coisas, basta olharmos com carinho que tudo fica mais reconfortante... Mesmo uma flor que está morrendo...

A LENDA DE ASHTAR

Há muito tempo atrás... Depois do mundo ser criado e da vida completá-lo. Houve num dia, numa tarde de céu azul e calor ameno. Um encontro entre Deus e um de seus incontáveis anjos. Deus estava sentado, calado sob a sombra de um pé de jabuticaba. Lentamente e sem pecado, Deus erguia suas mãos e então colhia uma ou outra fruta. Saboreava sua criação negra e adocicada. Fechava os olhos e pensava... Permitia-se um sorriso piedoso. Foi então que das nuvens um de seus muitos arcanjos desceu e veio em sua direção. Ele tinha asas lindas, brancas, imaculadas... Ajoelhou-se aos pés de Deus e falou. "Senhor, visitei sua criação como pediste. - Fui a todos os cantos. Estive no sul, no norte, no leste e oeste. Vi e fiz parte de todas as coisas. Observei cada uma de suas crianças humanas. E por ter visto, vim até o senhor para tentar entender. Por que cada uma das pessoas sobre a terra tem apenas uma asa? Nós anjos temos duas... Podemos ir até o amor que o senhor representa sempre que desejarmos. Podemos voar para a liberdade sempre que quisermos. Mas os humanos com sua única asa não podem voar. Não podem voar com apenas uma asa... "Deus na brandura dos gestos, respondeu pacientemente ao seu anjo.” "Sim, eu sei disso. Sei que fiz os humanos com apenas uma asa..." Intrigado com a consciência absoluta de seu senhor, o anjo queria entender e perguntou: "Mas por que o senhor deu aos homens apenas uma asa quando são necessárias duas asas para poder-se voar... Para poder ser livre?"  Conhecedor que era de todas as respostas Deus não teve pressa para falar... Comeu outra jabuticaba, obscura e suave. Então respondeu... - "Eles podem voar sim meu anjo. Dei aos humanos apenas uma asa para que eles pudessem voar, mais e melhor que Eu ou vocês arcanjos.... Para voar, meu pequeno amigo, você precisa de suas duas asas... Embora livre, sempre estará sozinho. Talvez da mesma maneira que Eu... Mas os humanos... Os humanos com sua única asa precisarão sempre dar as mãos para alguém a fim de terem suas duas asas. Cada um deles tem na verdade um par de asas... Uma outra asa em algum lugar do mundo que completa o par. Assim eles aprenderão a respeitarem-se, pois ao quebrar a única asa de outra pessoa, pode estar acabando com as suas próprias chances de voar. Assim meu anjo, eles aprenderão a amar verdadeiramente outra pessoa... Aprenderão que somente permitindo-se amar eles poderão voar. Tocando a mão de outra pessoa em um abraço correto e afetuoso eles poderão encontrar a asa que lhes falta e poderão finalmente voar. Somente através do amor irão chegar até onde estou... Assim como você meu anjo. “Eles nunca, nunca estarão sozinhos quando forem voar.” Então, Deus silenciou em seu sorriso. O anjo compreendeu o que não precisava ser dito. E assim sendo, no fim desse conto, que um dia você encontre a sua outra asa. Para finalmente poder voar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

VIDA


Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”. É ter humildade da receptividade. Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz…
E, quando você errar o caminho, recomece.
Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

VIDA

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" para ser insignificante.
  
Charles Chaplin

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

UM CONTO DE NATAL

É apenas um pequeno envelope branco pendurado entre os galhos da nossa árvore de Natal.
Não tem nome, não tem identificação, não tem dizeres.
Se esconde entre os galhos da nossa árvore há cerca de dez anos.
Tudo começou porque meu marido Mike odiava o Natal.
Claro que não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais: gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar uma gravata para o tio Harry e o presente da vovó, os presentes dados com uma ansiedade desesperada porque não tínhamos conseguido pensar em nada melhor.
Sabendo como ele se sentia, um certo ano decidi deixar e lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas no gênero.
Procurei algo especial só para o Mike.
A inspiração veio de uma forma um tanto incomum.
Nosso filho Kevin, que tinha 12 anos na época, fazia parte da equipe de luta livre da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve um campeonato especial contra uma equipe patrocinada por uma igreja da parte mais pobre da cidade.
A equipe era formada, em sua maioria, por negros.
Esses jovens, que usavam tênis tão velhos que tínhamos a sensação de que os cadarços eram a única coisa que os segurava, contrastavam de forma gritante com nossos filhos, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
Quando o jogo começou, fiquei preocupada ao notar que a outra equipe estava lutando sem o capacete de segurança que tinha como intuito proteger os ouvidos dos lutadores.
Era um luxo ao qual a equipe dos pé-sujos não podia se dar.
No fim das contas, a equipe da escola do meu filho acabou arrasando com eles.
Ganharam em todas as categorias de peso.
E cada um dos meninos da outra equipe que levantava do tatame se virava com fúria, fazendo pose de valente, procurando mostrar um orgulho de quem não ligava para a derrota.
Mike, que estava sentado ao meu lado, balançou a cabeça, triste: "Queria que pelo menos um deles tivesse ganhado", disse. "Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode acabar com o ânimo deles.
" Mike adorava crianças - todas as crianças - e as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, basquete e vôlei.
Foi aí que tive uma idéia para o presente dele. Naquela tarde, fui a uma loja de artigos esportivos e comprei capacetes de proteção e tênis especiais que enviei, sem me identificar, à igreja que patrocinava a equipe adversária.
Na véspera de Natal, coloquei o envelope na árvore com um bilhete dentro,contando ao Mike o que tinha feito e que esse era o meu presente para ele.
O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal.
Isso se deu em todos os anos consecutivos.
A cada Natal, eu seguia a tradição: uma vez comprei ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais; outra vez enviei um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa num incêndio na semana antes do Natal e assim por diante.
O envelope passou a ser o ponto alto do nosso Natal.
Era sempre o último presente a ser aberto na manhã de Natal.
Nossos filhos, deixando de lado seus novos brinquedos, ficavam esperando ansiosamente o pai pegar o envelope da árvore e revelar o que havia dentro.
As crianças foram crescendo e os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu seu encanto.
Esse conto não acaba aqui.
Perdemos nosso Mike ano passado por causa de um problema de saúde.
Chegou a época do Natal e eu ainda estava sofrendo tanto que mal consegui montar a árvore.
Mas, na véspera do Natal, me vi colocando o envelope na árvore.
Na manhã seguinte havia mais três envelopes junto a ele.
Cada um de nossos filhos, sem o outro saber, havia colocado um envelope na árvore para o pai.
A tradição cresceu e,um dia, se expandirá ainda mais e nossos netos se reunirão em volta da árvore, ansiosos para saber o que há no envelope retirado da árvore por seus pais.
O espírito de Mike, assim como o espírito do Natal, estará sempre conosco.
Vamos todos lembrar de Jesus, que é o motivo dessa comemoração e o verdadeiro espírito do Natal
este ano e sempre.